A caixa Mario Quintana reúne cinco títulos do autor: Canções, Baú de espantos, A rua dos Cataventos, A cor do invisível e Espelho Mágico.
Canções, lançado em 1946, é o salto decisivo que Quintana empreende, em termos formais. Consiste na utilização do verso livre e na ampla gama de poemas escritos em verso branco, ou seja, com métrica mas sem rima. Boa parte desse influxo advém da poesia modernista, com a qual Quintana, em certo sentido, afina sua escrita. Outra mudança que se observa nesse livro é de ordem temática: a inspiração popular.
Baú de espantos foi uma das última obras do autor e reuniu 99 poemas até aquela data inéditos, havendo inclusive escritos de sua juventude, como o poema "Maria", de 1923, quando ele tinha 27 anos, o que confere ao livro uma estrutura de rigorosa montagem e um caráter especial. Quase todos os poemas são breves e em versos livres, mas há sonetos (alguns com métrica e rima) e mesmo poemas em quadras com versos heptassílabos e rimados.
A rua dos cataventos trata-se de um livro de sonetos, onde a cadência prosaica, cheia de informalidade e de índices afetivos, programaticamente ressaltados pelo poeta, são moldados pela métrica, pelo ritmo e pelas rimas, produzindo um contraste inusitado entre forma e fundo, entre a matéria (movente) e o tratamento artístico (fixo) que Quintana lhe dedica.
A cor do invisível foi um dos últimos livros que Quintana publicou ainda em vida, em 1989, pela Editora Globo. É um dos títulos mais felizes do autor, sintetizando sua concepção de poesia e ideal de visibilidade. O livro recolhe 72 poemas, geralmente breves e em versos livres. Há também diversos haikais, algumas trovas, novas versões de poemas anteriores, e mesmo um soneto incomum, todo constituído com versos de uma só sílaba.
Espelho mágico é formado por 111 quadras de grande variação métrica, escritas em 1945. Cada uma delas, distintamente numerada, tem seu próprio título que, além de anunciar, muitas vezes também trata de explicar o significado dos poemas. O tom de humor - marcante na personalidade do poeta - faz-se claro nesta obra, em versos de fina ironia que também dão espaço à preocupação acerca do fazer poético.
FONTE: http://globolivros.globo.com/busca_detalhesprodutos.asp?pgTipo=CATALOGO&idProduto=1426